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Financiamento: República Portuguesa - Cultura / Direção Geral das Artes, Câmara Municipal de Lisboa.

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"Um festival é uma celebração, um parênteses do quotidiano, uma inflexão do banal, qualquer metáfora serve para reforçar a excepcionalidade deste evento e justificar uma intensidade que dá sempre azo a excessos, sobras e pontas soltas. Nesta festa que celebra a dança, que é o Cumplicidades, esse excesso revela-se na multiplicidade de contextos e formatos de apresentação que ampliam as possibilidades de encontro entre público e artistas e convocam-nos para outras formas de estar e sentir. Por isso, ao longo de três semanas, o Cumplicidades de 2025 traz consigo espectáculos, laboratórios de criação, aulas, audioguias, performances no espaço público, na floresta, no jardim, na galeria, performances participativas e conversas. Contextos que cruzam pessoas de diferentes áreas e incluem tanto aquelas que nunca viram dança como as que a conhecem intimamente. Formatos que dão a ver as diferentes gradações da criação artística em Dança, onde o espectáculo é apenas uma das suas diferentes manifestações. Gradações poderia, aliás, ser o subtítulo desta Edição. 

 

A afirmação desta gradação dá-se logo na abertura do Festival com a apresentação de sete performances (umas curtas outras duracionais), resultado de um laboratório de pesquisa mediado por Alex Cassal que reúne 7 artistas: Bibi Dória, Bruno Senune, Daniel Matos, Elizabete Francisca, Leonor Mendes, Luís Guerra, Magnum Soares; e 5 neurocientistas: Beatriz Belbut, Caroline Haimerl, Jaime Arlandis, Jorge Ramirez, Tatiana Silva; numa colaboração inédita entre o Cumplicidades, o Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia  (MAAT) e a Fundação Champalimaud e que tem como ponto focal as obras de Ana Léon, Jeff Wall e Rui Moreira, em exposição no MAAT.

 

O diálogo do Festival com as artes plásticas, continua em mais duas performances, uma de Inês Campos e Grilo, em relação com uma peça de Fernanda Fragateiro patente no Centro Cultural de Belém (CCB), e outra de Andresa Soares que decorre no Pavilhão Branco (Galerias Municipais de Lisboa) em confronto com uma exposição de Francisco Vidal.

 

Apelando ao laço primordial entre dança e música, reunimos quatro Duplas de performer e instrumentista para conceberem e apresentarem uma série de “improvisações planeadas”. Um formato que dá a ver diferentes possibilidades de relação entre o movimento e a música, convocando uma diversidade de estilos que vai desde a música barroca à música experimental.  Francisco Rolo e Helena Raposo (Tiorba); Francisca Pinto e Yaw Tembe (Trompete); Tarli Lumby e Francisco Cipriano (Percussão); Marta Cerqueira e Ricardo Jacinto (Violoncelo) são as Duplas que compõem este programa que podemos assistir num final de tarde no Jardim da Estrela. 

 

Ainda no espaço natural, embrenhado no meio dos troncos das árvores e plantas do Centro de Interpretação de Monsanto, encontraremos Pedro Ramos, coreógrafo (ou será que poderemos dizer performer-xamã?) que estreia Corpo Totémico. Uma peça que traz a este festival uma importante e urgente reflexão sobre a nossa relação com a terra.

 

De volta à cidade, Ezequiel Santos, investigador e curador, propõe-nos Percursos 2.0, um audioguia que conduz o público por vários locais emblemáticos de Lisboa onde a dança fez e/ou continua a fazer história. Uma visita guiada, originalmente concebida para a 1ª edição do Cumplicidades em 2015, e que agora é atualizada e adaptada a um novo formato, acessível a qualquer pessoa, em qualquer momento. 

 

Nas nossas deambulações pela cidade, certamente que não nos são indiferentes os inúmeros cartazes de eventos culturais afixados nos muros e tapumes. Pedro Nuñez, colador de cartazes há mais de 20 anos mas com um percurso intimamente ligado às artes cénicas, dá-nos a ver, em Agulha, a performatividade desse gesto “invisível”, à medida que partilha fragmentos da sua história da dança. Uma performance que acontece num dos muros da praça central do CCB.

 

Num outro espaço não convencional do CCB, poderemos encontrar a performance Mandíbula das coreógrafas Josefa Pereira e Patrícia Bergantin. Um dueto visual e fisicamente intenso onde a boca, enquanto dispositivo mecânico e sensível, inspira o movimento dos corpos e a própria cenografia.

 

Mas nem só de outros formatos e contextos se faz esta edição do Festival Cumplicidades. Também poderemos assistir a espectáculos em espaços convencionais que fazem uso do aparato teatral e cujo hibridismo e risco estão tanto nos temas que convocam, como na presença dos corpos. A estreia absoluta de Cat-Gut Jim de Connor Scott na Black Box do CCB e a estreia nacional de Melodrama Senza T de Bruno Brandolino no Teatro do Bairro Alto (TBA) são dois espectáculos que, pelo percurso singular de Scott e Brandolino, nos fazem antever uma força mobilizadora capaz de soprar a espuma dos dias e deixar a nu uma crueza e fragilidade que nos perturba e desarma.

 

Cabem ainda nesta edição três propostas decorrentes das parcerias que a Eira tem vindo a implementar na zona do mediterrâneo. Em “Fuck Me Blind” seremos envolvidos por um hipnótico ritual de sedução que coloca o coreógrafo da Sardenha Matteo Sedda frente a Marco Labellarte (Black Box, CCB); Park Keito, a dupla proveniente de Barcelona, evoca os poemas de Takahide Nishiwaki em “Rokatei”, numa atmosfera mágica e híbrida, em que o corpo e a voz de Kotomi Nishiwaki dialogam com a música ao vivo de Miquel Casaponsa (Gaivotas 6); Sabela Mendonza chega da Galiza com “dobrez”, uma proposta a solo onde a cada dobra de papel se desdobram diferentes possibilidades de leitura (Biblioteca de Marvila). Com as Jornadas 45+ (Teatro Taborda) testemunharemos o culminar de um processo de reflexão e pesquisa, iniciado em 2023, segundo um modelo de encontro entre pares que responde à necessidade de plataformas dirigidas a profissionais com mais de 45 anos.

 

O Festival termina com um evento de imaginação de futuros no Centro Champalimaud - Ideias para o Futuro. O auditório da Fundação Champalimaud, lugar de comunicação do que se faz de mais inovador nas diferentes áreas de investigação científica e da medicina, será palco para artistas e cientistas partilharem com o público os seus projectos para o futuro, numa sequência de palestras/performances ancoradas na realidade ou de mãos dadas com a ficção. Um evento singular onde se revelam as afinidades da arte e da ciência na sua curiosidade pelo desconhecido. Ana Borralho e João Galante, Piny, Gustavo Ciríaco, Tiago Cadete, Ana Maia, John Krakauer, Memming Park, Rita Fior, Tiago Marques.

 

Quanto às pontas soltas deste festival, há pelo menos três a destacar. Para quem quiser pensar em conjunto, estão programadas no MAAT, CCB e TBA conversas entre curadores, público, artistas e convidades (nas quais não conseguiremos conter alguns desvios performativos). Para quem quiser experimentar, propomos, no CCB, quatro sessões de movimento abertas a qualquer pessoa, sendo que duas delas são especialmente dirigidas às crianças (com Pedro Ramos, Lewis Seivwright, Carla Ribeiro). Para estudantes e profissionais das artes performativas, temos o grupo de reflexão do Cumplicidades - Caleidoscópio - que conta com a mediação de David Marques e que se apoia nas diferentes propostas do Festival para uma divagação colectiva sobre modos de fazer/pensar na criação artística.

 

Há nos editoriais de festivais uma intenção mobilizadora, um “venham ver algo que nunca viram antes”. Ao mesmo tempo que se destaca a singularidade de cada proposta, ensaiam-se conceitos ou narrativas agregadoras, mas sobre as quais temos muitas reservas pelo risco de redução de leitura das propostas. Por isso, delegamos essa função editorial na performance/instalação Mapa Impermanente. Um mapa visual, concebido por Lucas Damiani em colaboração com Luísa Capalbo, que tenta revelar as afinidades formais e conceptuais entre todas as propostas do Festival. Uma tarefa hercúlea a que podem assistir e participar no MAAT, CCB e TBA. Em cada uma das apresentações, Damiani reformula esse mapa em colaboração com o público, num exercício editorial ou de dramaturgia colectiva, revelador das inúmeras possibilidades de leitura do Festival.

 

É verdade que uma das forças mobilizadoras deste festival reside na singularidade das propostas e dos seus contextos de apresentação, mas também é possível que ela decorra de algo que lhe é alheio: a radicalidade com que o mundo mudou nos últimos tempos. Talvez precisemos hoje, mais do que nunca, de experiências de comunidade em torno de propostas que nos mostram que há mais mundo para além da ignomínia daqueles presidentes, do sofrimento daquelas guerras, da falta de escrúpulos daqueles deputados, do ressentimento, do ódio, da hipocrisia, do medo, das equivalências com tempos de (ainda maior) destruição e morte. O que as propostas deste Festival nos mostram é que há um mundo que não nos grita aos ouvidos, um mundo sensível, pleno de nuances e ambiguidades, um mundo no feminino, um mundo de identidades múltiplas e de inúmeras letras, um mundo feito de interdependências visíveis e invisíveis entre todos os seres vivos e sistemas, um mundo que se recusa a ser manietado, que resiste existindo e pelo qual devemos continuar a indignar-nos e a celebrar a sua existência."

S&V

MAIS | MORE

 

Entrevista CoffeePaste

EP.93 Império dos Sentidos, com Paulo Alves Guerra, Antena 2​​

LAB CUMPLICIDADES
 

O Festival CUMPLICIDADES em colaboração com o MAAT e o Programa Bridges to the Unknown, convida sete artistas das artes performativas para um laboratório de pesquisa e criação artística com a mediação do dramaturgo Alex Cassal. A partir do olhar de cinco neurocientistas do Champalimaud Center for the Unknown sobre as exposições de Ana León, Jeff Wall e Rui Moreira patentes atualmente no MAAT, cada participante deste laboratório concebe uma performance  a ser apresentada no fim-de-semana de abertura do Festival CUMPLICIDADES, dias 10 e 11 de maio.

O Laboratório CUMPLICIDADES segue uma metodologia própria que privilegia o trabalho colaborativo, a partilha de práticas de criação e a reflexão acompanhada. É uma oportunidade para artistas testarem desvios aos seus modos habituais de criação e integrarem as perspetivas únicas de cinco neurocientistas sobre o gesto, o movimento, os estados mentais e corporais da criação artística e da performance. É também um momento único para o público assistir a propostas que têm a frescura das primeiras ideias e a força torrencial de 10 dias de intenso trabalho colaborativo.

ARTISTAS DAS ARTES PERFORMATIVAS Bibi Dória, Bruno Senune, Daniel Matos, Elizabete Francisca, Leonor Mendes, Luís Guerra e Magnum Soares
NEUROCIENTISTAS DO CHAMPALIMAUD CCU Beatriz Belbut, Caroline Haimerl, Jaime Arlandiz, Jorge Ramirez e Tatiana Silva
EXPOSIÇÕES Ana Léon, Jeff Wall, Rui Moreira
MEDIAÇÃO Alex Cassal

ENCOMENDAS / COMMANDS
MAPA IMPERMANENTE / IMPERMANENT MAP
 

Cada proposta artística oculta um corpo de textos, desenhos, músicas, partituras, vídeos e outros materiais que acompanham a criação, quer como modo de documentação do processo, quer como fonte de inspiração e influência criativa. 

Desafiamos Lucas Damiani e Luísa Capalbo para, em diálogo com cada artista do Festival, recolher vários desses materiais e montar um mapa visual e sonoro onde os coloca em relação. Um mapa onde podem ser identificados os desejos, motivações e intenções de cada artista, mas também as afinidades e correspondências entre diferentes artistas e respectivas propostas criativas. Trata-se de uma instalação cumulativa, uma vez que vai integrando o material documental das performances à medida que são apresentadas no Festival. É também uma instalação em constante transformação e de carácter participativo porque em cada um dos locais onde este mapa é apresentado, Damiani e Capalbo estarão presentes para o reconfigurar e, sobretudo, para convidarem o público a estabelecer novas ligações entre obras e artistas, num exercício colectivo de dramaturgia do festival. 

CONCEITO Sofia Dias & Vítor Roriz

CONCEÇÃO E DIREÇÃO Lucas Damiani e Luísa Capalbo
APOIO Noah Rees

DUPLAS / DUETS

Apelando ao laço primordial entre dança e música, reunimos quatro Duplas de performer e instrumentista para conceberem e apresentarem uma série de “improvisações planeadas”. Esta é uma proposta que coloca a figura de intérprete no centro do processo de criação e procura capturar o momento anterior à fixação do material criativo, pleno de divagações, nuances e pontas soltas. Duplas é uma série de quatro diálogos entre uma pessoa que toca e outra que dança, dando-nos a ver diferentes possibilidades de relação entre o movimento e a música, convocando uma diversidade de estilos que vai desde a música barroca à música experimental. Podemos assistir a esses quatro duetos num final de tarde no Jardim da Estrela.

Marta Cerqueira (bailarina) e Ricardo Jacinto (violoncelista)
Francisca Pinto (bailarina) e Yaw Tembe (trompetista)
Francisco Rolo (bailarino) e Helena Raposo (alaudista)
Tarli Lumby (bailarino) e Francisco Cipriano (percussionista)

PERFORMANCE

FAZER IDEIA | Inês Campos & Grilo em relação com obra de Fernanda Fragateiro | CCB (Módulo I Receção)

Entre música, corpo e objeto, Fazer Ideia propõe um laboratório de gestos, sons e imagens inspirados na obra de Fernanda Fragateiro.

MENOS PALAVRAS PARA FALAR SOBRE CORPO: fazer as práticas, tigre, piano paris, dispositivo, partituras, jarros de flores, luvas, sapatos, perucas, lip sync musical, ensaios de escuta, interior exterior, confusão, espanto: como é que aprendes a ouvir a tua voz? o grilo a mostrar, repetição, jogo, cuspir melodias. eternal humming, toy piano, papéis : anda ter comigo tenho uma coisa para ti, propor que experimentemos uma coisa juntos? falar aos berros, didascálias em sussurro, fazer a tempestade. olá venha a nós o nosso corpo, sol leões protões, foge foge, curiosidade de mestre, bofetada do sol, que eu corra o fenómeno, gracias corpo. bouger les couleurs. filtros de luz, montar uma exposição, dreamy weather, pintar dois arcos, horizontal como unidade mínima, patins,
O QUE É QUE JÁ TEMOS NAS MÃOS
O QUE É QUE É QUE JÁ SOMOS
(não) ativar a ciência do arco íris – separar a luz do sol, escolha, planetas, etc. inês olha ali, linguagem minimal, montagem, acumulação, labirinto. inquérito sobre se as cores se sentem bem.

CRIAÇÃO E PERFORMANCE Inês Campos e Grilo​

PERFORMANCE

MODELO | Andresa Soares em relação com a exposição de Francisco Vidal | Galerias de Lisboa, Pavilhão Branco

Nesta performance, a Modelo coloca o seu corpo ao dispor do público, para ser traçado e assim ativar um diálogo com a Utopia, proporcionando uma densa trama de encantos e desencantos.
Um corpo pergunta-se: Será que um modelo, algo que se toma como exemplar e é fixado para permitir a sua própria reprodutibilidade, continua a ser algo que desejamos perseguir? Quando é que uma visão utópica tornando-se modelo, se trai a si própria? Quais os modelos que remetem realidades possíveis para o âmbito da impossibilidade, da utopia? Quais os lugares que só procuramos porque acreditamos não existirem e quais aqueles que apesar de existirem não acreditamos neles?
Comecemos por activar a fala como possibilidade utópica numa realidade distópica.

CONCEÇÃO, TEXTO E PERFORMANCE Andresa Soares (em diálogo com Francisco Vidal)

ESPECTÁCULOS  / SHOWS 

CAT-GUT JIM | Connor Scott | CCB, Black Box

Cat-Gut Jim é uma performance do coreógrafo britânico, residente em Lisboa, Connor Scott, na qual danças, canções e gestos populares de figuras ancestrais são desenterrados e usados para invocar os corpos que herdamos e habitamos. Connor recorre ao seu próprio arquivo ancestral, especificamente ao seu trisavô de quinta geração, Edward Corvan (1827–1865), inspirando-se no seu legado. Corvan foi compositor, comediante e artista de rua em Tyneside, cantando sobre as comunidades da classe trabalhadora no dialeto local Geordie, muitas vezes com uma forte carga de sátira política. Inspirando-se em ideias de ancestral drag e em práticas de butoh como formas de invocação, Connor propõe um dueto metafísico entre o eu do passado e o do presente, encarando a coreografia como uma série de ecos e defendendo o misterioso arquivo vivo dos corpos.

COREOGRAFIA E INTERPRETAÇÃO Connor Scott
DESENHO DE LUZ E ESPAÇO Santiago Tricot
DIREÇÃO MUSICAL E ASSISTÊNCIA Mayah Kadish
SOM Mayah Kadish & Cormac Begley
MASTERIZAÇÃO DE SOM Tiago Cerqueira
FIGURINO Lambdog
ACOMPANHAMENTO ARTÍSTICO Inês Zinho Pinheiro
PRODUÇÃO António Quadros Ferro, Rob Hopper
IMAGENS Paul Phung
APOIOS GDA, The Joseph Ettedgui Charitable Trust, Cumplicidades
RESIDêNCIAS ARTÍSTICAS Casa da Dança, Estúdios Victor Córdon, Materiais Diversos, Espaço Parasita, Teac Damsa, Wainsgate Dances
AGRADECIMENTOS Marcelo Evelin, Isabelle Ettedgui, Sofia Dias, Vítor Roriz, Francisca Manuel, Ana Rita Teodoro, Bruno Brandolino, Amit Noy, Michael Keegan-Dolan, Rachael Poirier, João Penalva, Charlie Morrissey, Rob Hopper, Lucy Suggate, Charlie Ford, Samir Kennedy, João dos Santos Martins

MELODRAMA: SENZA TE | Bruno Brandolino | TBA

“Acima de tudo, Melodrama: senza te é um tributo à beleza precária do teatro, à reinvenção que reside na performance, ao delicioso engano da ficção: aquilo que dá contorno e que ao mesmo tempo transborda.” – Bruno Brandolino

Combinando dança, concerto e performance drag, Melodrama: senza te configura-se como uma ficção de excessos, onde a música e gestos hiper-emocionais ganham protagonismo. A obra explora os pactos ficcionais, a teatralidade e o artifício, desafiando as convenções da representação ao transitar por diversos estilos e formatos, que desestabilizam as expectativas sobre a relação entre performer e espectador, e convidando o público a descobrir a intimidade e a emoção presentes no exagero. Bruno Brandolino mergulha no seu arquivo pessoal, onde o melodrama e a sensibilidade Camp – uma estética que celebra a extravagância, a estilização e a ironia – se entrelaçam com a sua história enquanto pessoa queer latino-americana.

COREOGRAFIA, PERFORMANCE E MÚSICA Bruno Brandolino
DESENHO DE LUZ E ESPAÇO Víctor Colmenero Mir
DRAMATURGIA Bibi Dória
DRAMATURGISMO Romain Beltrão Teule
FIGURINO Catharina Holtgrave
DESENHO DE SOM Mariana Carvalho
PESQUISA Luisa Jubilut; Santiago Rodríguez Tricot
REGISTO VÍDEO Mathias Hollaender
REGISTO FOTOGRÁFICO Öncü Gültekin
DESENHO GRÁFICO Maura Grimaldi
PRODUÇÃO KÄ – Zentrum Für Choreographie / Tanzplan Hamburg e Bruno Brandolino
CO-PRODUÇÃO Teatro do Bairro Alto
APOIO Fundação GDA
APOIO EM RESIDÊNCIA ÃÄ Milhas e La Caldera

CORPO TOTÉMICO | Pedro Ramos | Centro Interpretativo de Monsanto

A qualidade totémica de um corpo-anímico, macro-micro-cósmico, contém em si todas as qualidades, e atributos, zodiacais e zoológicas. Tem na sua linguagem – a coreográfica – o potencial vivificante de fazer falar cada uma das suas partes, quando as mesmas se tornam o epicentro do movimento. Os animais, escritos nas estrelas ou na matéria viva do ADN, são, por isso, para nós, modelos que nos ensinam a ter poder de mover energia por entre o espaço que o gesto esculpe no vazio, e a falar com o corpo essa linguagem indizível para as palavras.
Os antigos diziam que o cosmos era uma enorme serpente. Para conhecer o universo, teremos de dançar. Possamos pedir emprestado o poder às cobras para voltar a ser rio, e, no seu fluxo, (en)tornarmo-nos numa dança. Ela ouve através da pele, a dança de um corpo à escuta.

DIREÇÃO ARTÍSTICA, COREOGRAFIA, INTERPRETAÇÃO E ESPAÇO CÉNICO Pedro Ramos
ASSISTÊNCIA ARTÍSTICA Mara Morgado
COMPOSIÇÃO MUSICAL Pedro Sousa
DESENHO DE LUZ José Coelho
FIGURINOS Vítor Alves da Silva
COCRIAÇÃO E CONSTRUÇÃO CENOGRÁFICA Silveira Cabral
PRODUÇÃO Ana de Arede Cano
APOIO À PRODUÇÃO Bruno Esteves
COPRODUÇÃO Passos e Compassos, Caldas da Rainha – CCC, Câmara Municipal de Serpa
APOIOS Teatro da Comuna, Opart, E.P.E./Estúdios Victor Córdon, Centro de Interpretação de Monsanto, Ur.GENTE, Instituto Camões, Secretariado da Cultura de Guiné Bissau, Teatro O Bando, CIM – Centro de Interpretação de Monsanto, Trilhos Verdes e Katchu Pátio das Artes.

A ORDEM DO O é uma estrutura financiada pela República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes e pela Câmara Municipal de Lisboa.

PERFORMANCES

MANDÍBULA | Josefa Pereira & Patrícia Bergantin | CCB 

Mandíbula é um trabalho de complexidade multidisciplinar, pois envolve pensamento e prática entre campos artísticos diversos, como as artes plásticas, em íntima relação com a instalação, a escultura e a performance, mas partindo do saber coreográfico e de um corpo que dança.
Desta interconexão mais que humana, e a partir das diferentes materialidades que aqui se emaranham, podemos pensar sobre éticas de parentesco e inseparabilidade. Mandíbula roça e chafurda nesta matéria liminal como um ensaio sobre a pegajosidade, tornando sensível a irreversibilidade e contaminação inerentes ao encontro de dois ou mais corpos. Matérias tidas antes como separadas tornam-se sensorialmente condutoras dessa prática de interdependência e conectividade. Experimenta relações de reciprocidade gosmenta ao agarrar e ser agarrada, ao arrastar e ser arrastada, deslizar e ser deslizada em humidade, concavidades e espaços de deglutição, bem como de passagem e metamorfose.

UMA PERFORMANCE DE Josefa Pereira e Patrícia Bergantin
LUZ Josefa Pereira e Patrícia Bergantin com Aline Santini
OPERAÇÃO DE LUZ SKA
SOM Josefa Pereira e Patrícia Bergantin com André Teles
FIGURINO Josefa Pereira
FOTOS Micaela Wernicke
PRODUÇÃO Hannya Melo – Kora Criativa
ASSISTÊNCIA PARA O FIGURINO Lucas Koester e Marilda Pereira
AGRADECIMENTOS Fazenda Santa Esther, Leviatã, Natália Mendonça e Nina Botkay

CALEIDOSCÓPIO | Grupo de reflexão 

O grupo de reflexão do Cumplicidades é uma comunidade temporária composta por artistas e estudantes de dança, que assiste a diferentes propostas performativas do festival para depois, partindo dessa experiência coletiva, refletir sobre as suas próprias práticas, desejos e mundivisões.
Neste programa acolhe-se a diversidade de experiências e de pontos de vista, e procura-se fortalecer uma comunidade de pensamento em torno da dança e da performance, que valorize a escuta, a fala e a troca. Os encontros do grupo, não públicos, decorrem nos diferentes espaços de apresentação das peças que compõem a programação do festival.

MEDIAÇÃO David Marques

PARTICIPANTES Afonso Martins, Catarina Vieira, Michelle Miranda, Lara Pires, Jessica Guez, Francisco Miguel, Helena Pires, Pedra Ambrosoli.

CONVERSAS COM ARTISTAS

Porque ver nem sempre é suficiente, estão agendadas várias conversas entre os curadores, artistas e público sobre e a partir das performances apresentadas no Festival. Conversas relaxadas com eventuais desvios performativos onde se testam outros formatos para a troca de ideias e reflexão coletiva. 

No dia 11 de maio, várias conversas entre artistas e neurocientistas participantes do Laboratório CUMPLICIDADES irão decorrer simultaneamente nos espaços das exposições. Conversas relaxadas com eventuais desvios performativos onde se testam outros modos para a troca de ideias e reflexão criativa. O público é convidado a assistir e participar em qualquer uma destas conversas.

I
– Inês Campos e Grilo (Fazer ideia)
– Connor Scott (Cat-Gut Jim)
– Pedro Núñez (Agulha)
– Lucas Damiani e Luísa Capalbo (Mapa Impermanente)

– Sofia Dias & Vítor Roriz

 

II
– Pedro Núñez (Agulha)
– Lucas Damiani e Luísa Capalbo (Mapa Impermanente)
– Josefa Pereira e Patrícia Bergantin (Mandíbula)

– Sofia Dias & Vítor Roriz

III

– Bruno Brandolino (Melodrama Senza Te)

– Lucas Damiani e Luísa Capalbo (Mapa Impermanente)

– Sofia Dias & Vítor Roriz

AGULHA | Pedro Nuñez | CCB 

Muitos dos cartazes de eventos culturais que vemos afixados na cidade de Lisboa foram provavelmente colocados por Pedro Núñez. Colador de cartazes há mais de 20 anos, Núñez dá a ver, em Agulha, a performatividade do gesto de colar cartazes à medida que partilha fragmentos da sua história da dança.

AUTORIA Pedro Núñez
DEPOIMENTOS Ana Rita Osório, Andresa Soares, Avelino Chantre, Bruno Alves, Carlos Pinillos, Cláudio da Silva, Daniel Tércio, Efthimios Angelakis, Elena Castilla, Filipe Viegas, Gustavo Sumpta, Jessica Henou, João Fiadeiro, Luiz Antunes, Marcelino Pena, Margarida Mestre, Mário Afonso, Marlene Freitas, Miguel Pereira, Pedro Mendes, Rui Leitão, Sérgio Roque, Sofia Fitas, Tânia Carvalho e Vânia Rovisco.
EXCERTOS DE ENTREVISTA A Jocelyne Delimbeuf realizada a 13 de Setembro de 2011 na Faculdade de Motricidade Humana – Universidade Técnica de Lisboa.
EDIÇÃO DE SOM Rui Viana Pereira
EDIÇÃO GRÁFICA João Tércio e Jesús Serrano
ASSISTÊNCIA DRAMATÚRGICA Daniel Tércio
DECOR Nuno Barracas e Hélder Lameiro, com assistência de Fernando Fernandes, Francisco Inácio, João Rodrigues, Patrick Mazzuchini e Miguel Justino
AGRADECIMENTOS Mariana Duarte Silva, Gustavo Rodrigues, Michele Luceac, Sofia Soromenho, Rui Leitão, Catarina Canelas, Catarina Sobral, Dora Carvalho, Rita Monteiro, Silvia Rebelo, Alexandra Mantas, Sérgio Bordalo e Sá, Rui Antunes, Sofia Soromenho, José Esteves, António Fortes e Hugo Falgado.
FINANCIAMENTO Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos em Música e Dança (INET-md) / Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa (FMH-UL)

E um agradecimento muito especial a todos os fotógrafos que registaram as memórias da dança daqueles anos.

AUDIOGUIA

PERCURSOS 2.0 | Ezequiel Santos

Percursos 2.0 é um projeto que cruza a historiografia da dança portuguesa, a estética do lugar e a atmosferologia, a escrita, a música. Consiste num audioguia com um itinerário que constitui uma experiência aos lugares da dança, em Lisboa. O projeto decorre de uma recuperação da primeira edição do Festival Cumplicidades, #0, em 2015, onde criei e realizei quatro visitas guiadas a locais emblemáticos onde a dança portuguesa esteve ou continua a estar presente. A esse propósito, no catálogo do Festival, publicado em 2015, poderá ler-se (p. 48):

«[São] Quatro percursos de carácter experiencial pela memória de dois séculos de dança. O público foi acompanhado por um guia que prestou informação sobre os locais e a sua ligação com a história da dança na cidade de Lisboa. Através de um ambiente animado, criou-se uma relação sensorial forte com os espaços a visitar convidando ao uso dos cinco sentidos.»

A proposta de Percursos 2.0 é a de adaptar a visita guiada originalmente idealizada a partir de espaços não-convencionais, criando uma versão expandida e de natureza híbrida, já que cruzará testemunhos orais, sonoplastia, dados históricos e literatura. Percursos 2.0 parte de um repto de Sofia Dias e Victor Roriz, curadores da edição do Festival Cumplicidades de 2025, no sentido de retomar o projeto original, atualizando o seu formato. O projeto será simultaneamente disponibilizado online e qualquer pessoa poderá fazer este percurso.

 

– CARREGUE AQUI PARA ACEDER A PERCURSOS 2.0 –

[Percurso A]
CONCEITO, DIREÇÃO ARTÍSTICA E TEXTOS Ezequiel Santos
CRIAÇÃO SONORA E EDIÇÃO Sérgio Delgado
VOZ E LOCUÇÃO Nídia Roque
MÚSICA Sérgio Pelágio (banda sonora de Gust, 2023)
PRODUÇÃO EIRA
APOIOS Premiere – Performing Arts in a New Era
AGRADECIMENTOS Madalena Victorino, Pedro Ramos, Sérgio Pelágio

[Percurso B]
CONCEITO, DIREÇÃO ARTÍSTICA E TEXTOS Ezequiel Santos
CRIAÇÃO SONORA E EDIÇÃO Sérgio Delgado
VOZ E LOCUÇÃO Nídia Roque
MÚSICA Pedro Ramos (banda sonora de ARBOREUS, 2024)
PRODUÇÃO EIRA
APOIOS Premiere – Performing Arts in a New Era
AGRADECIMENTOS Madalena Victorino, Pedro Ramos, Sérgio Pelágio

IDEIAS PARA O FUTURO

O auditório da Fundação Champalimaud, lugar de comunicação do que se faz de mais inovador nas diferentes áreas de investigação científica e da medicina, será palco para artistas e cientistas partilharem com o público os seus projetos para o futuro, numa sequência de palestras/performances ancorados na realidade ou de mãos dadas com a ficção. Um evento singular onde se revelam as afinidades da arte e da ciência na sua curiosidade pelo desconhecido.
Ideias para o Futuro parte de um desafio a artistas e cientistas para partilharem com o público projetos e ideias para daqui a 10, 20 ou 30 anos. Um longo prazo, que faz com que qualquer tentativa de fidelidade com o real tenha de ser compensada com uma grande dose de imaginação e ficção. É neste equilíbrio instável entre realidade e ficção que artistas e cientistas se encontram para dar voz a desejos, utopias ou distopias, mundivisões e formas de pensar a continuidade das suas áreas.
Num festival, onde o excesso foi declarado como condição de existência, é possível que algumas destas palestras transbordem do seu formato convencional e que tanto artistas como cientistas se deixem levar pelo “performativo” nos 12 minutos que dispõem para a sua comunicação.
Ideias para o Futuro pretende deslocar-nos, durante algumas horas, para lá de um presente que reclama pela nossa atenção com uma intensidade quase obscena e que teima em furtar-nos a capacidade de imaginar coletivamente o futuro. Mais do que uma forma de escapismo, Ideias para o Futuro é uma tentativa de recuperar alguma distância crítica sobre o nosso presente, dando a ver o modo como arte e ciência estão intrinsecamente ligadas pela imaginação, o conhecimento e a experimentação.

ARTISTAS Ana Borralho & João Galante, Gustavo Ciríaco, Piny, Tiago Cadete
INVESTIGADORES DA FUNDAÇÃO CHAMPALIMAUD Ana Maia, John Krakauer, Memming Park, Rita Fior, Tiago Marques

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Apoio: República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes e Câmara Municipal de Lisboa

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