Todas as nossas ideias de agora parecem-nos do passado, mas o que se passa hoje é demasiado avassalador para que alguma ideia nova o consiga capturar. O que podemos fazer é, através do embate das ideias antigas com o mundo de hoje, tentar vislumbrar uma pista, um indício que nos faça divergir por reacção – o que é manifestamente insuficiente. Mas à falta de melhor, por hábito ou necessidade, por teimosia ou insatisfação, por prazer ou melancolia, por não sabermos estar parados ou porque nos parece indecoroso parar, decidimos avançar com este projecto feito de ideias antigas. A ver se em algum momento somos surpreendidos com a inevitabilidade de uma ideia mais adequada a este tempo.

​

Escala é uma peça que encerra o projecto Infiltração de Sofia Dias e Vítor Roriz no Teatro do Bairro Alto. Pretende abranger a ideia de corpo colectivo/social que tem permanecido à margem do trabalho predominantemente em dueto desta dupla. Uma mudança de perspectiva que permite aprofundar lógicas de composição, tomar decisões que escapam aos processos internos do intérprete-autor e expandir para outros corpos aquilo a que relutantemente chamam vocabulário.

​

​

​

All our ideas now seem from the past, but what is happening today is too overwhelming for any new idea to capture. What we can do is, through the clash of ancient ideas with today's world, try to glimpse a clue, an indication that will make us diverge by reaction – which is clearly insufficient. But for lack of anything better, out of habit or necessity, out of stubbornness or dissatisfaction, out of pleasure or melancholy, because we don't know how to stand still or because it seems inappropriate to stop, we decided to move forward with this project made up of old ideas. Let’s see if at some point we are surprised by the inevitability of an idea more suited to this time.”

​

Escala is a piece that closes the project Infiltration by Sofia Dias and Vítor Roriz at Teatro do Bairro Alto (Lisbon). It aims to encompass the idea of collective/social body that has remained on the margins of their work predominantly in duet. A change of perspective that allows them to delve deeper into compositional logics and expand what we reluctantly call vocabulary to other bodies.

​

​

​

mais acerca / more about Glossário no dia da estreia (a partir de uma conversa com Francisco Frazão).

​

​

Duração: 60' approx.

​

Direção artística / Artistic Direction Sofia Dias & Vítor Roriz
Interpretação / Performance Alice Bachy, Bruno Brandolino, Luís Guerra, Natacha Campos, Sofia Dias, Vítor Roriz.
Desenho de Luz / Light Design Nuno Borda de Água
Objeto cenográfico / Scenography object Gonçalo Barreiros

Figurinos e Assistência Artística / Costumes and Artistic Assistance Filipe Pereira
Som / Sound Sofia Dias
Administração e produção / Administration and production Vítor Alves Brotas | Agência 25
Coprodução / Coproduction Teatro do Bairro Alto, A Oficina
Apoio / Support  República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes
Apoio em residência / Residency support Estúdios Vítor Córdon, Fórum Dança, Espaço Alkantara, Pro.Dança.

Agradecimentos / Acknowlegments Johan Volmar (que integrou parte do processo criativo / who was part of a first moment of the creative process), Catarina Dias.

​